Contexto econômico da Espanha

Indicadores econômicos

A Espanha tem estado no meio de uma recuperação económica equilibrada nos últimos anos e é atualmente uma das economias de crescimento mais rápido na Europa. Após um crescimento de 2,7% em 2023, o PIB real registou uma expansão de 3,2% em 2024, impulsionado pelos efeitos de arrastamento do ano anterior. As despesas dos consumidores continuaram a aumentar, apoiadas pela criação de emprego e pelos ganhos de rendimento real. Na frente externa, as fortes exportações de serviços turísticos e não turísticos ajudam as exportações líquidas (dados INE). Segundo a Comissão Europeia, a atividade económica deverá abrandar para 2,3% em 2025 e 2,1% em 2026, continuando a procura interna a ser o principal motor, alimentada pelo consumo e pelo aumento do investimento. Este facto está associado ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), à solidez das finanças das empresas e à flexibilização das condições de financiamento. Além disso, uma retoma das importações deverá reduzir a contribuição da procura externa para o PIB em 2025 e 2026.

Depois de atingir 3,5 % do PIB em 2023, o défice das administrações públicas diminuiu para uma estimativa de 3 % em 2024, uma vez que a maioria das medidas destinadas a atenuar o impacto económico e social dos elevados preços da energia foi gradualmente eliminada (dados da Comissão Europeia). O rácio receitas/PIB aumentou, em parte devido à supressão das reduções do IVA, do imposto especial sobre a eletricidade e da isenção do imposto sobre o valor da eletricidade. A eliminação progressiva do desconto sobre os combustíveis também contribuiu para a poupança do lado das despesas. Os riscos para as projecções decorrem dos custos associados à resposta ao impacto das recentes inundações na Comunidade Valenciana. Se as políticas se mantiverem inalteradas, espera-se que o défice orçamental continue a diminuir em 2025 para 2,6% do PIB, apesar de as despesas com juros serem ligeiramente mais elevadas. Esta diminuição deve-se ao crescimento mais lento das despesas primárias financiadas pelo Estado e à evolução positiva das receitas fiscais. Apoiado pelo forte crescimento nominal do PIB, que ultrapassou o custo do serviço da dívida, o rácio da dívida em relação ao PIB diminuiu para 102,3% em 2024 (de 105,1% um ano antes). Prevê-se que o rácio diminua mais gradualmente em 2025-2026, atingindo cerca de 101,1%, devido a um diferencial de taxa de juro-crescimento menos favorável (Comissão Europeia). A inflação anual medida pelo IHPC diminuiu para 2,8% em 2024, impulsionada pelo atual abrandamento da inflação dos preços da energia e dos produtos alimentares. As pressões subjacentes sobre os preços abrandaram mais gradualmente, em especial nos serviços relacionados com a hotelaria e os transportes. Espera-se que a inflação global continue a abrandar em 2025, atingindo 2,2%, projetando-se que a tendência descendente das componentes subjacentes persista nos próximos trimestres, antes de abrandar novamente para 2,0% em 2026.

O forte desempenho do mercado de trabalho prosseguiu em 2024, com a criação de emprego a acelerar acentuadamente no primeiro semestre do ano e a manter o dinamismo no terceiro trimestre. O crescimento do emprego registou uma expansão de 2,3% em 2024, impulsionado sobretudo por fortes fluxos de imigração. Prevê-se que a taxa de desemprego diminua de forma constante, atingindo 10,7% em 2026, contra cerca de 11,5% em 2024. O crescimento dos salários nominais ultrapassou a inflação em 2024, prevendo-se uma moderação dos ganhos de rendimento real em 2025 e 2026. A Espanha continua a ser um país com fortes desigualdades: de acordo com os últimos dados do Eurostat, 27% da população está em risco de pobreza ou exclusão social (o terceiro nível mais elevado da UE), apesar de um PIB per capita relativamente elevado (35 789 USD em 2024 - FMI).

Principais setores econômicos

A agricultura contribui para cerca de 2,5% do PIB espanhol e emprega 4% da população ativa (Banco Mundial, últimos dados disponíveis). O país alberga quase um milhão de empresas agrícolas e pecuárias, que ocupam 30 milhões de hectares de terra. A Espanha é o maior produtor mundial de azeite e o terceiro maior produtor mundial de vinho. O país é também um dos maiores produtores de laranjas e morangos do mundo. As principais culturas são o trigo, a beterraba sacarina, a cevada, o tomate, a azeitona, os citrinos, a uva e a cortiça. A pecuária também é importante, especialmente no que respeita aos suínos e ao gado bovino: Em 2023, a Espanha representava cerca de um quarto das populações de suínos (25,4%) e ovinos (23,6%) da UE (Comissão Europeia, últimos dados disponíveis). Os dados do Ministério da Agricultura mostram que as terras destinadas à cultura biológica representam 12,5% do total das terras aráveis, com 64 430 operadores activos no sector (na produção ou na distribuição). O rendimento agrícola em Espanha atingiu 37,759 mil milhões de euros em 2024, o que representa um aumento de 14,2% em relação a 2023, de acordo com as primeiras estimativas económicas do Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação para o sector. Este crescimento é atribuído em grande parte a custos de produção mais baixos e a um aumento significativo do valor da produção agrícola, que atingiu um recorde de 68 430 milhões de euros. O aumento da produção agrícola, que engloba tanto a produção vegetal como a produção animal, foi principalmente impulsionado por um aumento de 11% nos volumes de produção, apesar de uma descida de 6% nos preços devido à queda da inflação global. A mão de obra agrícola cresceu 1,5% e o rendimento por unidade de trabalho anual (UTA) aumentou 12,6%, atingindo 45 890 euros.

O sector industrial representa um quinto do PIB e do emprego. A indústria transformadora no seu conjunto é o sector mais importante, uma vez que representa sozinha cerca de 11% do PIB (Banco Mundial). O sector industrial é dominado pelos sectores automóvel, têxtil, processamento industrial de alimentos, ferro e aço, máquinas navais e engenharia. A Espanha é o segundo maior fabricante de automóveis da Europa, com as exportações a representarem mais de 60% da produção. Novos sectores, como a externalização da produção de componentes electrónicos, as tecnologias da informação e as telecomunicações, apresentam um elevado potencial de crescimento. O sector das energias renováveis também está a crescer a um ritmo acelerado. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a produção industrial registou um aumento anual de 0,7% em 2024, após um aumento de 1,6% no ano anterior.

O sector terciário contribui com 68,7% do PIB e emprega 76% da população ativa. O sector do turismo é fundamental para a economia do país, sendo a principal fonte de rendimento de Espanha, uma vez que o país é o segundo destino turístico mais popular do mundo. De acordo com os últimos dados oficiais, o turismo contribuiu com 12,3% do PIB e empregou 11,6% do número total de contribuintes do seguro nacional em 2023, gerando um volume de negócios de 184 mil milhões de euros. O sector bancário também é importante e é composto por dez grupos bancários sob a supervisão direta do Mecanismo Único de Supervisão (que representam mais de 90% do sector). O Banco de Espanha supervisiona diretamente as restantes 139 entidades, incluindo 47 instituições menos significativas e 92 filiais ou sucursais de organizações estrangeiras (Federação Bancária Europeia).

 

Divisão da atividade econômica por setor	Agricultura	Indústria	Serviços
Emprego por setor (em % do emprego total)	3,6	19,9	76,5
Valor agregado (em % do PIB)	2,5	20,1	68,7
Valor agregado (crescimento anual em %)	6,4	1,1	3,3

Fonte: World Bank, Últimos dados disponíveis. Devido ao arredondamento, a soma das percentagens pode ser superior / inferior a 100%.

 

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Indicador de liberdade econômica

Definição

Definição

O indicador de liberdade económica mede dez componentes da liberdade económica, divididos em quatro grandes categorias: a regra de direiro (direitos de propriedade, nível de corrupção); O papel do Estado (a liberdade fiscal, as despesas do governo); A eficácia das regulamentações (a liberdade de inciativa, a liberdade do trabalho, a liberdade monetária); A abertura dos mercados (a liberdade comercial, a liberdade de investimento e a liberdade financeira). Cada um destes dez componentes é medido numa escala de 0 a 100. A nota global do país é uma média das notas dos 10 componentes.}}

Nota:

69,9/100

Posição mundial:

39

Posição regional:

24

Mapa de liberdade econômica no mundo
Fonte: Índice de Liberdade Econômica 2017

 

Classificação do ambiente de negócios

Definição

Definição

O ranking de ambiente de negócios mede a qualidade ou a atratividade do ambiente de negócios nos 82 países abrangidos pelas previsões do The Economist. Este indicador é definido pela análise de 10 critérios: o ambiente político, o ambiente macroeconômico, as oportunidades de negócios, as políticas no que diz respeito a livre iniciativa e concorrência, as políticas no que diz respeito ao investimento estrangeiro, o comércio exterior e o controle do câmbio, a carga tributária, o financiamento de projetos, o mercado de trabalho e a qualidade das infraestruturas.

Nota:

7.44/10

Posição mundial:

27/82

Fonte: The Economist Intelligence Unit - Business Environment Rankings 2020-2024

 

Fontes de informação econômica

Ministérios

Ministério da Economia e da Transformação Digital
Ministério da Transformação Digital
Ministério da Agricultura, dos Alimentos e do Meio Ambiente

Órgão de estatísticas

Instituto Nacional de Estatística (INE)

Banco Central

Banco da Espanha
Banco Central Europeu

Bolsas de Valores

Bolsas de mercados espanholas

Portais econômicos

Invertia